Sabe aquele paninho, naninha, ou até ursinho que a criança demonstra ter um verdadeiro apego? Pois é, eles são os chamados objetos transicionais. São objetos escolhidos pela criança para, de alguma forma, ajudá-la a suportar dentre outras coisas, a difícil tarefa de não controlar perfeitamente tudo ao seu redor.
Isso porque, nos primeiros meses de vida do bebê tudo tende a girar ao seu redor, não é assim? Se ele chora, é acalentado, alimentado, tem a sua fralda limpa, quase que imediatamente. E isso gera no bebê uma sensação de onipotência, importantíssimo, nesse momento, para o desenvolvimento saudável.
Mas as coisas mudam... a mãe pode voltar a trabalhar, o meio modificar e é aí que entra os objetos transicionais, nos quais o bebê materializa o cuidado materno. Esses objetos ajudam o bebê a usar a incrível experiência ilusória vivida nos primeiros meses de vida, para suportar as mudanças e as frustrações, sobretudo de não ter a mãe ou os cuidadores principais por perto.
Por isso, os objetos transicionais são muito importantes para o desenvolvimento emocional das nossas crianças. Ele faz justamente essa transição entre a ilusão (o ser onipotente e controlar tudo) e a desilusão (ao vivenciar as mudanças). Pois ao mesmo tempo que a criança controla o seu objeto, ela precisa lidar com as intercorrências que aparecem: o objeto cai, se perde, suja...
E no meio disso tudo a criança vai aprendendo a conduzir as suas angústias e frustrações, com o suporte de algo que o liga a vivência emocional do início da vida. É como se fosse um pedaço da mãe (que aqui entra como qualquer cuidador principal) em que ela conduz e se mantém por perto.
Fique atento(a):
Pode lavar?
Se necessário, lave o objeto transicional, principalmente por uma questão de higiene e portanto, saúde. É claro que não é uma tarefa fácil, afinal, o cheiro (memória afetiva), modifica. Mas a depender da idade, uma forma de fazer isso, é lavá-lo na companhia da criança. Faça combinados e torne o momento divertido.
Quando a criança abandona o objeto transicional?
Não há um tempo exato para a criança abandonar o objeto transicional, normalmente isso acontece entre os três e cinco anos de idade. Ela vai perdendo o interesse aos poucos e esse processo deve ser respeitado. Contudo, demoras excessivas podem indicar outras dificuldades, como insegurança.
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